História da Farmácia Magistral

A história da farmácia magistral confunde-se com a história da própria atividade farmacêutica.
No Brasil, já nos primórdios do séc.XVIII os boticários e curandeiros preparavam em suas boticas, ervas e drogas vindas da Europa.Com o aumento do n.º dessas boticas, o governo Imperial passou a controlar a atividade, criando um órgão regulador: “Physicatura Mor” que exigia experiência de 4 anos como fazedor de remédio para se instalar como boticário.No início do séc.XIX surgiram os primeiros cursos de farmácia nas faculdades de Medicina e somente em 1898 surgiu a primeira Faculdade de Farmácia em São Paulo.Nos anos 40 e 50 com o incentivo do Governo Getúlio Vargas indústrias estrangeiras de medicamentos se instalaram no país e encontraram “solo fértil” – o medicamento surgiu como instrumento de dominação técnica e econômica e começou então a decadência das farmácias magistrais, as quais quase desapareceram nos anos 60 até meados dos anos 80. Paralelamente, ocorreu uma certa desvalorização do farmacêutico de forma geral.No final dos anos 80 várias ações e conscientizações, principalmente pelo CFF e CRF´s, fizeram com que a população percebesse o papel social do farmacêutico, e dessa forma ocorreu o resgate da verdadeira missão do profissional de farmácia, re-surgindo assim a essência dos antigos boticários que além de manipular os medicamentos, eram como amigos e zelavam pela saúde da família. Ocorreu nesse período um “boom” de farmácias magistrais trazendo uma boa fatia da clientela de medicamentos industrializados, indo contra os interesses da indústria e atraindo a preocupação das autoridades sanitárias, visto que, como em toda atividade profissional que cresce desenfreadamente, surgem também falhas inerentes ao ser humano.
O ano 2000 foi um marco importante na história da farmácia magistral. A então recém criada Agência Nacional de Vigilância Sanitária ( ANVISA), publicou a RDC 33/00 trazendo o Manual de Boas Práticas de Manipulação – ocorreu a normatização do setor. Muita coisa mudou, mas todos se adequaram e continuaram fazendo a diferença – o setor cresceu ainda mais.
2006 com certeza será considerado outro divisor de águas para a manipulação. Nova Resolução é publicada. No dia 18 de dezembro de 2006 foi publicada a tão comentada RDC 214/2006 após um ano e meio de discussão em consulta pública via internet. Tanta polêmica fez com que alterações fossem propostas e algumas aceitas com a publicação de nova RDC em outubro de 2007: RDC 67/2007
Com certeza a vida do farmacêutico magistral mudará muito (ficará bastante difícil) a partir de 2007: trouxeram para o laboratório da farmácia as mesmas exigências da indústria, embora a realidade destes dois setores seja bastante distinta. Além de procedimentos padronizados, gestão da qualidade, monitoramento de processos, agora, mais rigor no controle de qualidade e treinamento de colaboradores. Teremos que nos adaptar, fazer investimentos pesados em equipamentos, treinamentos e contratação de serviços terceirizados. Sabemos e reconhecemos que esse é um “mal” necessário, uma vez que trará mais segurança para o paciente, bem como para nós profissionais responsáveis.
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